domingo, novembro 05, 2006

Silêncio a só

Me deixe a sós, é só silêncio
Estrangeiro em sua fala
É fugaz, é terreno
O secreto que me cala

Em segredos, cochichos infantis
Que nada dizem, tudo escutam
Que nada beijam, tudo abraçam
E em graça se perdem no vazio

Meu sentido ainda calmo
Ainda são, de tendência febril
Me faz amar a companheira
Silêncio de horas, solidão gentil

Alguns ignoram meu achado
Outros, vagarosos, procuram um abandono
Ciúme costumeiro cedo provoca
Inerte solidão deste consolo

Se me calo, não reparas esse sossego
Pois assim que me conheço, tão logo te vejo
Fazendo promessas à luz do medo
E o medo, no silêncio, serena a voz

Um comentário:

Anônimo disse...

No silênico me perco,
me disperço.
Ouço o barulho das moscas
que passam próximas ao meu ouvido
e só no silêncio já não estou mais.
Em boca tua espero o silêncio
Em olhos teus agarro tuas palavras secretas
que só eu as ouço e então me calo.