É fato a minha quase nulidade no que se diz respeito a prendas domésticas, principalmente as que necessitam de peças jurássicas do meu lar-doce-lar: panelas, potes, colheres de pau e assim por diante. Sendo emancipada e dividindo o apto com uma irmã mais velha, que é fã de congelados, admito que não tenho paciência para preparar quitutes diários: almoço e janta realizados por nós se tornaram relíquias no cardápio das Todt, mesmo que isso signifique uma economia ao meu porquinho de plástico, que é assaltado por garfos e facas diariamente pelo restaurante conhecido do estômago aqui.
Perder uma hora ou mais para preparar uma refeição, é surpreendentemente chato para mim. Por isso que o nosso novo companheiro de todas as horas - o microondas - se tornou o grande herói aqui em casa. Lasanhas de todos os sabores, pizzas feitas exatamente sob medida para o forninho, café com leite pronto em um minuto - pfff, quer poupatempo mais agradável que este?
O engraçado é que durante as visitas a meus queridos genitores lá pelos idos de Floripa, me torno uma gourmet entusiasmada. A resposta para tal possivelmente sejam duas: ou isso acontece porque os tenho visitado a cada 6 meses ou porque a capital de SC talvez faça jus à fama de "ilha da magia".
Pois bem. Numa das minhas visitas à cozinha, vislumbrei dentro do armário um pacote de pipocas - "manteiga de cinema", estava escrito. "Este lado para cima". Ok, nada mais prático.
Basta apertar o botão "pipoca" e voilá: é só comer.
Mas para a minha tristeza, os pequenos grãos foram além; não apenas estouraram, como também queimaram. Pensando ter sido apenas uma distração da potência do micro, encarei num dia posterior o doce que a minha irmã pediu, enquanto voltava da faculdade: brigadeiro. Empolgada, misturei o leite condensado e o chocolate, mas logo depois desanimei: a gostusora havia se transformado numa dura pasta queimada.
Desconsiderando o acontecido e reafirmando (vergonhosamente) a minha pouca prática nos assuntos culinários, penso que existem acontecimentos na vida semelhantes. Às vezes nos empenhamos em alguma tarefa, seja qual for, e nos deparamos com resultados negativos àquilo que propomos - por responsabilidade própria ou não. Porém, cabe a cada um de nós realizar a próxima atitude: olhar para o acontecido e lamentar inutilmente; ou tentar de novo, seja modificando a receita, seja acrescentando ou subtraindo ingredientes.
Mas de alguma forma, sempre dá certo. Mesmo que durante o caminho haja pequenos contratempos.
As nossa mãos são as nossas bençãos.
quinta-feira, setembro 11, 2008
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